TozziniFreire participa de evento internacional e discute impactos da tarifa de 50% sobre exportações do Brasil

Publicado em 18 de Julho de 2025 em Imprensa

Na última segunda-feira (14 de julho), TozziniFreire participou de um evento especial sobre o recente anúncio do presidente americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, bem como a possível retaliação do Brasil. O encontro, organizado pelo escritório de origem britânica Freshfields, reuniu especialistas em comércio internacional e economia para analisar os impactos jurídicos, políticos e econômicos dessa medida.

 

O evento contou com a participação dos sócios de Comércio Internacional da Freshfields, Nabeel Yousef e Stephanie Brown Cripps, do sócio de investigações no Congresso, Andrew Dockham, e da sócia-líder de Direito Tributário de TozziniFreire, Renata Emery, além da economista-chefe do Banco Bradesco, Paula Magalhães.

 

Confira os principais pontos discutidos durante o evento:

 

Situação atual das tarifas

 

  • Em 9 de julho, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.

  • A tarifa inclui produtos reexportados, mas exclui bens com tarifas setoriais, produtos digitais e serviços.

  • Além disso, Trump ameaçou uma tarifa adicional de 10% sobre os países do BRICS, incluindo o Brasil.

 

Expectativas sobre tarifas e acordos comerciais

 

  • Espera-se que a tarifa final seja superior à anterior a 9 de julho, mas inferior aos 50% anunciados — uma tática comum do governo Trump.

  • Acordos comerciais recentes (como com Reino Unido e Taiwan) mantiveram tarifas mínimas de 10%, o que indica que um acordo com o Brasil não deve eliminar tarifas por completo.

 

Litígios sobre tarifas nos EUA

 

  • Há ações judiciais em andamento contra as tarifas, que se baseiam na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEEPA).

  • O uso dessa lei para impor tarifas é sem precedentes e não foi previsto pelo Congresso.

  • Mesmo com decisões judiciais contrárias, as tarifas devem permanecer até decisão da Suprema Corte.

  • Em qualquer cenário, espera-se que as tarifas durem pelo menos 6 meses.

  • Se forem consideradas inconstitucionais, as empresas poderão ser reembolsadas.

 

Resposta do Brasil

 

  • O Brasil aprovou a Lei de Reciprocidade Econômica em abril de 2025, permitindo:

  • Imposição de tarifas retaliatórias sobre bens e serviços.

  • Suspensão de concessões e obrigações relacionadas a propriedade intelectual.

 

Como as empresas brasileiras devem agir

 

  • Revisar contratos com fornecedores e clientes para definir quem arcará com os custos das tarifas.

  • Avaliar cláusulas de força maior e efeito adverso relevante.

  • Incluir cláusulas específicas sobre tarifas em negociações futuras.

 

Como mitigar os impactos

 

  • Investir em produção nos EUA para evitar tarifas e alinhar-se à política “America First”.

  • Transferir a etapa final da produção para países com tarifas menores, aproveitando regras de origem.

  • Reter mercadorias nos portos dos EUA até que as tarifas caiam, se houver expectativa de redução.

  • Essas estratégias de “engenharia tarifária” são legais e amplamente utilizadas, com diretrizes da Alfândega dos EUA (CBP).

 

Impacto na Economia Brasileira

 

  • Os setores brasileiros mais impactados pelas tarifas são aqueles em que uma parcela significativa da demanda vem dos Estados Unidos. Por exemplo, os exportadores brasileiros de aço e minério de ferro serão fortemente impactados porque a maior parte da procura provém dos Estados Unidos.

  • Espera-se que o sector petrolífero evite a tarifa generalizada de 50%, com base nos acordos comerciais anteriores da administração Trump. O Canadá e o México receberam isenções tarifárias para as exportações de petróleo nos seus acordos comerciais com os Estados Unidos.

  • O impacto no PIB será modesto (queda de 0,3%).

  • Pode haver desvalorização do real por menor demanda externa.

  • O Banco Central não deve subir os juros, que já estão altos (15%). A expectativa é de queda a partir de dezembro de 2025, segundo a economista-chefe do Bradesco, Paula Magalhães.

 

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Publicação produzida pela(s) área(s) Tributário, Comércio Internacional